segunda-feira, 26 de maio de 2014

Léon Denis e o socialismo

101. Como o Espiritismo torna o indivíduo melhor?
R. Dando-lhe a verdadeira noção da vida e, portanto, a do seu destino, isto é, realizando a educação moral do homem individual e do homem social. 

102. Mas a sociologia e o socialismo modernos não fazem a mesma coisa?
R. Eles fazem, infelizmente, o contrário. O socialismo atual só vê na existência presente o que ele denomina “concorrência vital”, isto é, a luta pela vida. Essa teoria é perigosa porque consagra o materialismo, excita os apetites, desencadeia as ambições, aprova todos os atentados e conduz à anarquia. Ela visa somente o bem estar material, isto é, a vida do corpo, e não leva absolutamente em conta o destino imortal do Espírito. 

103. Como a doutrina espírita corrige esse erro do socialismo?
R. O Espiritismo demonstra ao homem que sua vida presente não é senão um elo da longa cadeia de suas existências. Por consequência, ele deve considerá-la, principalmente, sob seu ponto de vista real, o da educação da alma, e não pelas vantagens materiais que nos oferece, não podendo estas, se delas abusarmos, senão retardar nosso adiantamento e nossa verdadeira felicidade. 

Léon Denis (1846-1927), no livro “Síntese Doutrinária e Prática do Espiritismo”
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“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. E a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.
“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. Pascal.”
(D’O Evangelho Segundo o Espiritismo, c. /XI, itens 11 e 12)